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domingo, 13 de fevereiro de 2011

Além da Vida (After Life).

O filme Além da Vida,  fala sobre o tema "vida após a morte".
Será que exixte realmente céu , inferno ?
Uma duvida que assombra muitas pessoas o medo do desconhecido!

“After.Life” trabalha com essa pergunta, ainda que evite satisfatoriamente trazer a resposta. É uma produção de 2009, dirigida por Agnieszka Wojtowicz-Vosloo, a partir de um roteiro de sua autoria em parceria de Paul Vosloo e Jakub Korolczuk. Com exceção deste último, em sua estreia no cinema, o grupo só tinha trabalhado antes num curta apocalíptico chamado “Pâté“. Apesar da bagagem tímida, eles conseguiram convencer produtoras (Lleju Productions, Harbor Light Entertainment e Plum Pictures) a bancarem o seu projeto, distribuidoras pelo mundo a lançarem seu filme nos cinemas e em DVD (Anchor Bay Films) e ainda trazer para o elenco nomes conhecidos como Christina Ricci (Speed Racer,Amaldiçoados, A Família Addams), Liam Neeson (Fúria de Titãs, A Casa Amaldiçoada, Darkman) e Justin Long (Arraste-me para o Inferno, Duro de Matar 4.0, Olhos Famintos).







Além da vida (After Life). Conta a historia da Anna Taylor ( Christina Ricci ) uma professora que após ter uma briga com seu noivo Paul Coleman (Justin Long) acaba sofrendo um acidente de carro , e dada como morta mais acaba acordando no Deacon’s Funeral Home.  Em uma sala de necropsia , com Eliot Deacon ( Liam Neeson ) um preparador de corpos para enterros , Anna não acredita ter morrido mesmo com tantas provas, como atestado de óbito. Eliot diz a Anna que ele tem o dom de falar com as pessoas que estão entre a "vida e a morte". E realmente ele tem esse dom.O que justifica ele estar falando com ele .


Anna Taylor: Por que nós morremos?
Eliot Deacon: Para tornar a vida importante.

A garota não entende sua nova situação e tenta aos poucos procurar explicações que justifiquem os acontecimentos tão reais, mas o frio Eliot diz que está ali para preparar os corpos para os velórios, assim como os espíritos para a passagem para o outro lado. No entanto, algumas pistas levam Paul, Anna e o próprio espectador a questionarem se Eliot não poderia ser um psicopata macabro que drogaria suas vítimas, realizaria uma tortura psicológica lenta e sutil e as enterraria vivas.

Quando Anna começa a se convencer de que está a mercê de um possível sequestrador, Eliot mostra a ela uma imagem sua num espelho em estado cadavérico, o que poderia se a prova crucial de sua atitude correta, mas ainda assim a dúvida se mantém: seria um espelho modificado ou efeitos da forte droga a qual ela é submetida constantemente? Nesse momento, um outro elemento aumenta ainda mais a dúvida na pele de um garoto que consegue testemunhar Anna “acordada“, mas Eliot logo o convence de sua habilidade em também conversar com os mortos. No contraponto, a trama deixa empatado os lados e o espectador curioso sobre os acontecimentos quando mostra a mãe do menino e coloca em questão se ela estaria viva mesmo (por que ela não foi buscá-lo na escola? A aparência estranha dela é normal?)


Eliot Deacon: Os outros? Eles apenas veem você como um cadáver deitado no necrotério. Somente eu posso vê-la como você realmente!

Outras pistas da trama são mostradas de forma sutil através do veículo no momento do acidente de Anna – que parece ser o mesmo de Eliot -, o comportamento estranho de seu “sequestrador” que tem o costume de fotografar os corpos que arruma para o velório (não é a atitude de um assassino colecionar vítimas?) e alguns pesadelos e ilusões que acompanham a narrativa. Esse constante jogo dos dois lados permite a reflexão do espectador, o que é raro e sempre bem-vindo em qualquer gênero.

O roteiro também trabalha com outra questão interessante: quando a pessoa deixa de estar viva: quando pára de respirar ou deixa de viver? Desde a primeira cena, durante um ato sexual sem emoções, ou no simples fato de não aceitar um relacionamento mais sério com o apaixonado Paul, nota-se que Anna parecia já estar morta no filme há muito mais tempo. Nas palavras de Eliot: “Eu imaginava que vocês fossem diferentes. Vocês dizem temer a morte, mas a verdade é que vocês temem a vida.” Ou durante uma conversa com o garoto no cemitério diante da cova de Anna:

Eliot Deacon: É apenas um buraco no chão. É para…
Jack: …a Sra. Taylor?
Eliot Deacon: Exatamente. Para Anna. Ela pertence a ele.
Eliot Deacon: Por que ela está morta?
Jack: Não. Porque não há mais vida nela.




“After.Life” se destaca como a produção mais sensual de Christina Ricci, que aparece nua quase o filme inteiro para deleite dos fãs da atriz. Aliás, a eterna Vandinha não faz feio em seu papel dúbio, trabalhando com a amargura e a tensão de maneiras iguais, enquanto desfila com sua beleza jovial e provocante. Também se saem bem Justin Long, como o apaixonado Paul, capaz de qualquer loucura para resgatar a mulher de sua vida, e, principalmente, o excelente Liam Neeson, numa frieza incômoda e intrigante. Talvez o menino Chandler Canterbury em seu triste Jack deixe um pouco a desejar, embora suas feições não sejam muito exigidas.

A fotografia do longa – a cargo de Anastas N. Michos– é simples, mas mantém a atmosfera purgatória de forma eficiente, apesar de que se tivesse usado mais a neblina e uma “aparência de fim de tarde” teria tido um resultado ainda melhor; também é quase falha a montagem com algumas repetições desnecessárias entre os velórios, tentando mostrar a rotina de Eliot e levantando a dúvida sobre outras vítimas que teriam passado por ali.

Para aqueles que buscam uma narrativa mais acelerada, “After.Life” pode incomodar um pouco – embora, não seja essa a proposta do filme. Há boas cenas de tensão, mas o horror psicológico, os diálogos fortes e as mensagens escondidas são o carro-chefe do longa de Agnieszka Wojtowicz-Vosloo. É aquele tipo de produção que continuará com você depois que os créditos surgirem na tela – fator indispensável para a Sétima Arte.

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